segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mitos e Equívocos, José Serra.





Bem, por hoje, farei só esta republicação deste texto de autoria do Sr. José Serra, que todos sabemos foi preterido pelo Brasil, que novamente oPTou pelo pior:






Mitos e Equívocos, José Serra.


Estado de São Paulo, 23/02/2012.

As avaliações sobre a recente privatização de três aeroportos brasileiros tem misturado duas coisas: a questão política, enfatizada pela maior parte da oposição e retomada pelo PT, e a da forma e conteúdo do processo.
Ao contrário do que se propalou, as privatizações dos aeroportos de Guarulhos, Brasília e Campinas (Viracopos) não são as primeiras dos governos do PT. Basta lembrar as espetaculares privatizações na área do petróleo, lideradas pelo megainvestidor Eike Batista, sob a cobertura da lei aprovada no governo FHC — alterada recentemente para pior— e as na geração e transmissão de energia elétrica.
Outra ação privatizante digna de menção foi nas estradas federais, que fracassou, não obstante o clima de comemoração na época. Fez-se a concessão de graça, pôs-se pedágio onde não havia, mas os investimentos não chegaram, as estradas continuaram ruins e o governo federal só faz perdoar as faltas dos investidores. Um modelo furado, que pretendia ser opção vantajosa ao adotado por São Paulo, com vistas a dividendos eleitorais em 2010.
O padrão petista de privatização chega ao dinheiro público. O governo faz concessões na área elétrica e as subsidia, via financiamentos do BNDES e reduções tributárias. Não se trata de dinheiro do FAT, mas tomado pelo Tesouro à taxa Selic, repassado ao BNDES a custo bem inferior. Outro exemplo é o da importante e travada Ferrovia Transnordestina. O governo está pagando quase toda a obra, com dinheiro subsidiado, mas a propriedade da concessão é privada. Quem banca a diferença? O contribuinte, é lógico. Quem faz a filantropia? Os governos petistas, cujas privatizações são originais, ao incluírem grandes doações de capital público ao setor privado.
O outro grande exemplo —felizmente, ainda virtual— é o do trem-bala Rio-SP, projeto alucinado que poderá custar uns R$ 65 bilhões, a maior parte de recursos diretos ou indiretos do governo federal e até mesmo dos estados, via renúncia fiscal, ou dos municípios, que teriam de fazer grandes obras urbanas. O governo quer bancar também os riscos operacionais do empreendimento: se houver número insuficiente de passageiros, o Tesouro comparecerá para evitar prejuízo para o empreendedor privado!
Para alguns representantes extasiados da oposição, com as concessões dos aeroportos, “finalmente o PT se rendeu à privatização”, como se este governo e o anterior já não tivessem promovido as outras que mencionamos. Poderiam sim ter lembrado do atraso de pelo menos cinco anos na entrada do setor privado na atividade aeroportuária —atraso ocorrido quando a  agora presidente comandava a infraestrutura do Brasil.
As manobras retóricas do petismo são toscas. O primeiro argumento, das cartilhas online e de grandes personalidades do partido, assegura que não houve “privatização” de aeroportos, mas “concessão”. Ora, no passado e no presente, os petistas chamavam e chamam as “concessões” tucanas (estradas em São Paulo, telefonia, energia elétrica, ferrovias, etc.) de “privatização”.
O PT argumenta ainda que a Infraero mantém 49% das ações de cada concessionária. Isso é vantagem? Em primeiro lugar, a estatal está pondo bastante dinheiro para formar o capital das empresas sob controle privado (sociedades de propósito específico, SPEs) que vão gerir os aeroportos. Além disso, vai se responsabilizar por quase metade dos recursos investidos, sem mandar na empresa.
Mais ainda: pagará 49% da outorga (preço de compra da concessão) de cada aeroporto. O total de outorgas é de R$ 25 bilhões, número comemorado na imprensa e na base aliada. Metade disso virá do próprio governo, via Infraero! Isto sem contar os fundos de pensão de estatais, entidades sob hegemonia do PT, que predominam no maior dos consórcios, ganhador do aeroporto Franco Montoro, de Guarulhos. Tais fundos detêm mais de 80% do grupo privado que comandará o empreendimento!
A justificativa de que a Infraero obterá os recursos para investimentos e outorgas da própria concessão é boba — até porque ela já está investindo nas SPEs e vai sacrificar seus retornos. De mais a mais, quais retornos? As outorgas são obrigatórias, enquanto as receitas são duvidosas. A receita líquida do aeroporto de Guarulhos foi de R$ 347 milhões em 2010. A bruta, 770 milhões. A outorga dessa concessão será paga em 20 parcelas anuais de R$ 820 milhões… Mesmo que a receita líquida duplicasse, de onde iriam tirar o dinheiro para os investimentos? No caso de Brasília, a outorga exigirá cerca de 94% da receita líquida…
Com razão, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), favorável como eu às concessões, ponderou: “Com o que sobra é possível entregar a qualidade desejada? Difícil. Difícil até mesmo operar com os baixos níveis atuais, pois sobrará para as concessionárias muito menos dinheiro do que a Infraero tem hoje.”
O que poderá acontecer? As possibilidades são várias: mudanças nos contratos, revisão para cima de tarifas, atrasos nos investimentos necessários, subsídios do governo e  prejuízos para os cotistas dos fundos. Tudo facilitado pela circunstância de que a privatização (um tanto estatizada) tirará o TCU do controle e transparência de gastos com aeroportos…
Existe ainda um erro elementar e pouco notado.
Para todos os consórcios que entraram no leilão foi exigida a participação de uma operadora internacional de aeroportos. Mas os consórcios onde estavam as boas operadoras perderam a licitação. E as operadoras internacionais dos grupos que ganharam são de segunda linha…
A presidência da República reclamou disso, como se não fosse o governo o responsável. O correto teria sido as operadoras internacionais serem introduzidas depois da licitação. Cada consórcio vencedor convidaria então uma operadora, a ser aprovada previamente pelo governo como condição para a homologação da concorrência. É uma sugestão que pode ser adotada nos futuros leilões. Por ora, fica o leite derramado…


Bem, continuo achando que precisamos aprender a votar...


Eli dos Reis



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sem Comentários...


VOTARAM CONTRA A LEI DA FICHA LIMPA


Dias Toffoli
"Se a pena criminal não pode ser aplicada provisoriamente, como poderá ela surtir efeitos eleitorais?"


Celso de Mello
"É necessário banir da vida pública pessoas desonestas, mas é preciso respeitar as regras da Constituição".
"Ninguém pode ser tratado pelo poder público como se culpado já fosse".
"Partidos políticos escolhem mal seus próprios candidatos".


Gilmar Mendes
"Faltou o espírito santo jurídico da gente que fez essa lei. Aos militares não ocorreu fazer uma lei dessa!"
"Veja a popularidade da polícia, em determinados momentos aplaude-se os esquadrões da morte. Isso é contra qualquer padrão civilizatório. Temos o papel didático de fazer valer o direito, às vezes contra a opinião popular".
"Permitir que se estenda a pena para casos já julgados é um convite ao casuísmo, à arbitrariedade. Esta Corte tem que proteger as minorias".


Cezar Peluso
"É muito fácil descobrir qual o universo que se quer atingir pela descrição dos fatos. Vamos descobrir quais são as pessoas que a lei quis atingir!"

VOTARAM A FAVOR DA LEI DA FICHA LIMPA


Ricardo Lewandowski
"Tanto as penas quanto as demais opções legislativas foram feitas de forma consciente, absolutamente dosada pela racionalidade do Congresso Nacional. A questão não foi tratada de afogadilho no Congresso Nacional".

Carlos Ayres Britto
"A corrupção é o cupim da República, nossa tradição é péssima em matéria de respeito ao erário."
"O direito que tem o eleitor de escolher candidatos de vida biográfica de isenta de um passivo penal avultado é direito fundamental. A trajetória de vida do candidato não pode estar imersa em ambiência de nebulosidade no plano ético".


Cármen Lúcia
"Quando ele se propõe a ser um representante dos cidadãos, a vida pregressa compõe a 'persona' que se oferece ao eleitor e o seu conhecimento há de ser de interesse público. Não dá para apagar. A vida não se passa a limpo a cada dia".

Rosa Weber
"O homem público, ou que pretende ser público, não se encontra no mesmo patamar de obrigações do cidadão comum no trato da coisa pública. O representante do povo, o detentor de mandato eletivo, subordina-se à moralidade, à probidade, à honestidade e à boa-fé, exigências do ordenamento jurídico e que compõem um mínimo ético, condensado pela lei da Ficha Limpa, através de hipóteses concretas e objetivas de inelegibilidade".

Luiz Fux
"A população não nos pauta, mas nós temos que ouvi-la. Todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido".

Joaquim Barbosa
"É chegada a hora de a sociedade ter o direito de escolher e o orgulhar-se poder votar em candidatos probos sobre os quais não recaia qualquer condenação criminal e não pairem dúvidas sobre mal versação de recursos públicos".

Marco Aurélio Mello
"Não se pode cogitar quando, aos sobressaltos, aos solavancos, se impõe sanção a atos e fatos pretéritos. Vamos consertar o Brasil com "s" ou com "c"? Vamos aplicar a lei retroativamente?"
"Que culpa temos nós se o Congresso demorou 16 anos para editar a lei? Agora vamos ter que dar um jeitinho?"


Está consumado!

O Brasil acaba de dar mais um passo em direção à moralidade, que consta do texto constitucional, mas tão pouco em voga nas duas casas lá em Brasília.
Este fato, devemos comemorar com alegria e com entusiasmo!

Que Deus abençoe a nação brasileira!




Eli dos Reis.



terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Trote Solidário



HOJE, APENAS UM CONVITE:

Gostaria que participassem deste evento não apenas calouros e veteranos.
Todos estão convidados.
A causa é nobre:



sábado, 4 de fevereiro de 2012

Caos em Salvador: Presente do PT





Hoje repercutiu em todo o País o presente de ano novo que o partido do mais votado ex-presidente que conhecemos nos últimos tempos, do PT  de Dilma, que aliás também como seu antecessor, tem expressivos números de popularidade.


No Twitter, pessoas de todo o Brasil postavam seus comentários, alguns bastante ácidos, com sua indignação e inconformismo em relação ao que lá em Salvador está acontecendo.


Até a brasileiríssima Ivete Sangalo, em seu show lá no Rio Grande do Sul, por uns momentos mostrou sua revolta com o PT e com o governador do Estado de onde ela é.


Vergonha, só vergonha.


Para uma presidenta que há poucos dias desfilava toda cheia de pompa pela Cuba dos guerrilheiros, parecendo querer dar mostras de postura correta e ser exemplo, nada mal. Quem sabe eles aprendam como deve ser o mandato de uma ex-guerrilheira, para o dia em que alguma cubana que não fugir da ilha,  possa vir a assumir o comando supremo pelas mãos de um "ex" que a venha ungir presidenta.


É assim a política do nosso país. Mas pode ser pior. Querem ver um exemplo? Vejam abaixo o comentário no Twitter, hoje à tarde, do deputado ACM NETTO:



ACM Neto   acmnetodeputado ACM Neto 
Vergonha. Vejam como a Bahia do governador Jaques Wagner é noticiada em jornais importantes do mundo: migre.me/7Nq8X
             há 5 horas     Favorito          Retweetar         Responder
                 Retweetado por FATIMASSAURO


Como bom brasileiro que sou, não consegui deixar de fazer um comentário. Assim, postei o meu, fazendo alusão ao que acabara de ler do nobre e jovem político, que a esta altura já se refere ao seu Estado como sendo a "Bahia do Jacques Wagner", como se não fosse dêle, aliás da família dêle ha décadas e décadas. Lembram do tempo do famoso avô? 


Eli Reis   elidosreis Eli Reis 

@acmnetodeputado Não é "Bahia do Jacques Wagner..." É sua e de todos os baianos, por isso precisamos, todos, votarmos melhor!
             há 4 horas      Favorito         Responder       Excluir



Pois é, quando o time está fazendo bonito, nós ganhamos, mas quando o resultado não nos é favorável, êles perderam.

Só que neste caso quem perde é a democracia e o nosso Brasil.


Até a próxima,




Eli dos Reis





Por motivos óbvios, não postei as fotos.