quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Para argentino nenhum botar defeito...

O editorialista da revista local de maior circulação de minha cidade, Sr. Murilo Pinheiro, em feliz comentário na edição de 11 de novembro passado, compara as cidades de Mendoza, na Argentina, e a minha (por adoção, pois, nasci na Capital) Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e mostra a quem ainda não conhece uma cidade com “atrativos bem interessantes que chamam a atenção de quem chega de fora” do lado argentino, em contraposição com a nossa, que nos deixa extremamente angustiados e chateados pela forma como a tratam.

Nossa Ribeirão Preto, além dos problemas apontados pelo Sr. Pinheiro, no que se refere a gastos inconseqüentes de água pela população e na excessiva falta de arborização urbana e rural, apresenta pontos ainda mais graves no meu entender.
Vejamos: nossa cidade é excessivamente suja, pois, a população descarta lixo de forma desordenada em qualquer local. Jogam sacos de lixo, móveis e utensílios usados e imprestáveis na rua, sobre a calçada, em terrenos baldios, e em rios e riachos, promovendo a maior sujeira nos logradouros públicos.

A manhã do dia seguinte nas calçadas dos botecos, bares e certos restaurantes da cidade é um caso à parte, pois, amanhecem totalmente tomadas por guardanapos, pratos de papel descartáveis, copos plásticos e garrafas e latas de bebidas vazias. Um espanto.
Ressalte-se que não é incomum nas manhãs dos finais de semana cruzarmos nas ruas com freqüentadores de baladas voltando para suas casas com o dia amanhecendo, ainda consumindo suas bebidas dentro dos carros que os estão levando de volta para a cama que, ao tomarem as últimas gotas, não pensam duas vezes em atirar pela janela a lata ou garrafa vazia. Acerte em quem acertar. Não estão nem aí.

Com tudo isso acontecendo, não se vê um movimento de conscientização da população. Aliás, o que vemos são campanhas engendradas pelas emissoras de TVs e Rádios locais, esculhambando a Prefeitura porque não recolhe IMEDIATAMENTE a sujeira toda que a população descarta a toda hora em todo lugar. Dizem-se aliadas do povo, cobrando das autoridades locais muita coisa que o próprio povo deveria fazer. Tudo em busca só da audiência.

Dos políticos, bem desses não se pode esperar muito, também não se vê nenhum movimento orientador e motivador de procedimentos de correção ou incentivador às mudanças de posturas da população. Eles só se preocupam com seus votos e ganhos e quando vêem dificuldades pela frente, atacam quem os elege. O vereador Maurílio Romano Machado recentemente, falando sobre um plebiscito que várias entidades querem para o povo decidir pela elevação ou não do número de vereadores, disse que "pesquisa é feita por ser humano, e ser humano é corrupto por natureza". Fiquei até pensando que ele estava se referindo aos seus familiares quando disse isso, daí sua dedução.

Afora isso a comparação do Sr. Murilo é interessante, pois, na área gastronômica enquanto os argentinos têm vinho nós temos cervejas industrializadas e artesanais, cachaças, e também vinhos, assim como eles são artífices na arte de churrascos, nós temos uma gastronomia muito boa e diversificada. Tudo, bebidas e comidas, para argentino nenhum botar defeito.