sábado, 13 de junho de 2020

Dia dos Namorados no Isolamento.


Mais uma comemoração de
Dia dos Namorados!


No nosso caso, faz muito tempo que deixamos de ser namorados para sermos cúmplices e parceiros em tudo.
O tempo passou, ficamos mais velhos, alegres, maduros, esperançosos, pacientes, experientes, jovens de espírito, determinados, amigos e batalhadores.
Quanto tempo?
Parece que foi ontem!
Quase não nos lembramos do que não foi legal, sabe?
Ah, mas do que foi bom, como é bom relembrar!
Quanta coisa boa e linda juntos.
Começamos em dois, viramos três, depois nossa filha Camila foi para o espaço dela, ficamos dois novamente, num certo momento ela quase ficou só, mas Deus nos deixou juntos mais um pouco, e estamos aqui.
Juntos, ainda.
Até quando?
Até o dia em que eu, ou ela, formos apenas saudades.
Quando nós dois formos saudades, tomara sejamos boas lembranças!
Feliz Dia dos Namorados!



Em pleno isolamento, juntos, eu e a Maria Marta Nascimento Reis.

Gratos a Deus por tudo.
Legal, não é?





Eli dos Reis,

de Ribeirão Preto.





Dia dos Namorados no Isolamento.


terça-feira, 2 de junho de 2020

Fiquei fã da Dra. Nise Yamaguchi !


Nestes tempos de pandemia alguns fatos, com certeza, acabam nos sendo úteis e importantes. No meu caso, pessoalmente, um fato me chamou a atenção: a postura da médica Dra. Nise Yamaguchi, de Curitiba, em relação à epidemia do coronavírus no Brasil.

Em resposta ao epidemiologista e infectologista Dr. Carlos M. Fortaleza com muitas críticas aos depoimentos dela sobre o coronavírus, numa entrevista a um site de notícias (UOL), ela publicou uma carta com seus pensamentos.

O texto a seguir é uma reprodução da carta da Dra. Nise:



CARTA DA DRA. NISE YAMAGUCHI

“Considero este momento crítico que nós vivemos, de profunda reflexão, com toda a dificuldade dos sistemas de saúde públicos de contemplarem os atendimentos dos pacientes graves, dentro da crise mundial. Temos também uma crise de credibilidade dos estudos da hidroxicloroquina e cloroquina, sendo publicados em grandes revistas médicas, procurando evidências substanciais criadas em plataformas pseudo-tecnológicas que buscam alavancar ações de absoluta inconsistência e detrimentais à vida humana.

Aqueles que acreditam que o tratamento deva ser precoce com hidroxicloroquina, azitromicina e zinco do COVID-19, para combater a fase inicial de replicação viral, objetivam diminuir em 95% ou mais, a chance dos pacientes irem para a UTI e serem entubados, em sofrimento desnecessário. Outros que não acreditam, chegam a dizer que não se deve fazer nada, já que em estudos criados para demonstrarem a toxicidade de medicamento semelhante, a cloroquina usada em dose absurda, de 4,4 vezes o que seria a dose mais baixa no estudo do Amazonas, causaram arritmias fatais. Criou-se uma espécie de pandemia do medo, de problemas cardíacos graves, com uma classe de medicamentos que é usada há mais de 70 anos, em mais de bilhões de doses no mundo nas infecções por malária e doenças autoimunes e que eram considerados medicamentos essenciais da própria Organização Mundial da Saúde, e que agora prioriza o protocolo com medicamentos caros endovenosos nas suas pesquisas.

A revista Lancet que lançou um resultado organizado por uma companhia sem histórico de pesquisas destas proporções, e que culminou na proibição de estudos de hidroxicloroquina no Reino Unido, França e Bélgica, está sendo duramente questionada pela metodologia incerta, de fontes não seguras, e análise questionável de dados eletrônicos obtidos de forma não transparente, sem consentimento ético conhecido até o momento. Este estudo avaliou 96.032 pacientes de cinco continentes, onde 14.888 pacientes teriam sido tratados e teria demonstrado a toxicidade da hidroxicloroquina e mais risco de arritmia. O que chamou a atenção é a forma como houve a distribuição entre os continentes, muito homogênea, com dados incompletos de quanto tempo as pessoas teriam tomado as medicações, por que tomaram e o braço controle, por que não tomou. Também havia um percentual de pacientes semelhantes no apêndice 3, de pacientes fumantes nos cinco continentes, assim como de hipertensos, e de uso de estatinas, inclusive na África, que deveria diferir completamente do número de pacientes que fumam da Ásia ou da Europa. Isto e outros desatinos estatísticos estão levantando questões no mundo inteiro.

O que nos perguntamos é: por que um medicamento sem custo, de ação principalmente nas fases iniciais e talvez preventiva, vem sofrendo tanto escrutínio e tantos ataques violentos? Imagino eu que deva ser muito eficiente e que possa fazer a inversão da curva da pandemia. Pelo menos é isto que tem sido visto em diversos convênios médicos que já adotaram esta estratégia de tratamento precoce e têm os seus centros de terapia intensiva se esvaziando e dando espaço para que cirurgias de câncer e de doenças importantes de serem tratadas também possam ser realizadas em meio a este momento importante da história da humanidade.

Também parece que todos que chegam com alguma solução para esta crise são alçados imediatamente a candidatos ao posto executivo de Ministro da Saúde. Em primeiro lugar, este é um lugar que cabe aos fortes, que possam sofrer incessantemente aos ataques de todos que almejam o cargo, e também de toda a torcida de diversos matizes, pois existe um nexo destrutivo das reputações e dos objetivos mais profundos de se tentar melhorar a saúde como um todo, de fazer a interlocução com as diversas camadas sociais e as organizações que são o sustentáculo do Sistema Único de Saúde. Cabe pouco espaço para o amor e a consideração à dor de todos os que sofrem diuturnamente com um sistema insuficiente, para a maioria das doenças agudas e crônicas deste país. Além disto, também não se considera a importância do Brasil como referência mundial dentro do maior sistema universal de saúde pública do mundo, com números invejáveis de transplantes de medula, de fígado, de rim e até de coração e de pulmão. E que, nesta pandemia, tem a chance de mudar totalmente a evolução da doença, tratando precocemente os pacientes com COVID-19.

Ainda temos tempo de sermos um exemplo de civilidade e de humanidade, onde os objetivos individuais, econômicos ou partidários sejam colocados a serviço de um bem maior, a vida. Para que o mundo acorde um pouco melhor desta pandemia, onde percebamos que o que verdadeiramente importa é invisível aos olhos, de que o respeito à trajetória individual possa se voltar para o bem do todo. Possamos ser sábios e corajosos, para podermos reconstruir um país que necessita do esforço conjunto de todos nós, dentro de uma unidade que faz uma Nação crescer. Que o conhecimento possa ser verdadeiro e nobre, sendo utilizado para a cura do COVID e dos caminhos para o futuro dos nossos descendentes.”


Realmente, ainda que eu não saiba a opinião do prezado leitor, acho que concordará comigo que considero a postura da Dra. Nise extremamente humana e preocupada com a população carente. Essa é uma postura que não estamos vendo nos dirigentes dos Estados, Municípios e de determinados políticos aqui no Brasil.

Vamos em frente, torcendo para que passe logo esse tempo de isolamento e que, apesar do coronavírus, consigamos voltar à normalidade.



Eli dos Reis,
de Ribeirão Preto, SP.





Nise Yamaguchi é médica com mestrado em Imunologia e doutorado em Pneumologia pela Faculdade de Medicina da USP, diretora da Associação Brasileira de Mulheres Médicas e presidente do XXII Congresso Brasileiro de Cancerologia 2020.







Veja matéria publicada pelo jornalista Diogo Schelp na sua Coluna no UOL, no endereço