quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O QUE PENSO SOBRE O TURNOVER.

Da Série "O QUE PENSO SOBRE":




O QUE PENSO SOBRE O TURNOVER

GRANDE ROTATIVIDADE É INTERESSANTE?


Ultimamente tenho pensado muito no problema que as empresas enfrentam atualmente, no que se refere à troca constante de funcionários, a quem o modismo atual convencionou chamar de "colaboradores".
Eu considero muito sério, entretanto, muitos empresários  ainda não se deram conta deste importante componente das políticas atuais de administração. É muito comum de um dia para outro, dispensarem-se funcionários, ou colaboradores, relativamente novos na empresa, que a seu modo vinham se esforçando na realização de resultados para mostrarem àqueles que os admitiram, terem feito a escolha certa.
Vejam apenas no meu parágrafo anterior, já é possível detectar-se outros dois problemas:

1. RELATIVAMENTE NOVOS NA EMPRESA - Este é o mais sério dos problemas que tenho abordado: "colaboradores" com bom currículo, recém chegados e em início de atividades na organização, são descartados pura e simplesmente por não estarem se adaptando de forma adequada aos interesses da empresa. Estas atitudes são tomadas às vezes até sem terem conversado com o descartado para saberem se estava encontrando problemas de adaptação ou se tinha sido devidamente informado das políticas da empresa, ou ainda, se não estava contente na sua nova atividade, ou função.

2. VINHAM SE ESFORÇANDO - O fato de um novato estar dedicando uma força extra para se adaptar a uma nova estrutura, por sua conta. já nos  indica que não houve uma política de acolhimento a este "colaborador", que é literalmente jogado em um novo ambiente sem uma prévia preparação. Em alguns casos até a simples e correta  apresentação aos novos colegas de trabalho inexiste, e o recém chegado fica se virando do seu jeito para tentar ser bem recebido.

Vejam a íntegra do artigo que li nesta semana:

“Turnover: Um bem ou um mal?

Empresa I:
- Alô, bom dia!
- Eu poderia falar com a Senhora Ana Cláudia (nome fictício)?
- Bom dia, Senhor! Mas, perdão... A senhora Ana Cláudia não trabalha mais aqui com a gente.
- Muito obrigado!

Empresa II:
- Alô, boa tarde!
- Eu poderia falar com o Senhor José Roberto (nome fictício)?
- Bom dia, Senhor! Mas, perdão... ?O senhor José Roberto saiu da nossa empresa desde ontem.
- Muito obrigado!

Nos últimos tempos e com muita freqüência em nosso dia-a-dia, podemos observar exemplos dos diálogos acima, em nossos contatos com várias empresas. Basta tentarmos falar, que estaremos sujeitos a obter respostas como essas rapidamente. Essa é uma realidade, talvez perigosa.
Diálogos assim resultam da ação de uma palavra originária do Inglês – “Turnover” – que em sua tradução para o Português quer dizer rotatividade, movimentação, giro, circulação. O “Turnover” ou Índice de Rotatividade é a média dos indicadores de entrada e saída das pessoas das empresas – pessoas que não mais se fixam em seus locais de trabalho – trocam de empresa como trocam de roupa.
Com o mercado amplamente competitivo, é crescente a busca por pessoas com maior grau de profissionalização, o que dificulta a busca pelo colaborador ideal. Aliás, ideal mesmo é o colaborador que traz ótimos resultados, de uma forma geral. As empresas trabalham com a idéia de que ninguém é insubstituível, por mais gastos que isso possa gerar – esse é um fato real e que precisa e deve ser mudado; ou muito bem repensado.

O dia-a-dia - Foi-se o tempo em que muitas pessoas batiam no peito com o orgulho de dizer que trabalhavam há mais de dez ou vinte anos em uma determinada empresa. A realidade do momento é outra completamente diferente. As regras atuais ditam que bons profissionais são aqueles que passam por várias empresas. Será?
Não se tem comprovação de até que ponto isso é bom ou ruim – se traz melhores resultados ou não. Atualmente, parece ser um ótimo negócio – pois, o que não falta são profissionais que vão embora e deixam a empresa à deriva, ao deus dará. Porém, o contrário também é verdade – empresas que demitem sem planejamento e sofrem as dolorosas conseqüências da gestão ineficaz, que provoca a perda de excelentes profissionais.
O pior de tudo é que são as próprias empresas que permitem tais atitudes, pois em seus processos de contratação valorizam exatamente as pessoas que permanecem poucos anos em cada emprego – entendendo que pessoas assim demonstram maior vontade de crescer, de evoluir, de se superar – e que não possuem vícios de outra empresa. É fato que: absolutamente tudo é muito subjetivo e de difícil comprovação. A regra de mercado imposta, não significa algo inovador em termos de gestão, pois acaba valorizando algo que pode ser a derrocada da empresa ou no mínimo “tiros no escuro”.
Na maioria das vezes o Ser Humano busca criar vínculos – com pessoas, grupos e tudo o que o cerca, na tentativa de tornar a vida melhor, menos complicada – e na esfera corporativa não é diferente, busca-se sempre contato com pessoas com quem já se relacionou, essa busca é inevitável.
É notório que clientes e fornecedores estranham muito quando a cada dois, três, quatro ou seis meses falam com uma pessoa, líder, gerente ou auxiliar diferentes. Mal se começa a construir um relacionamento, que pode facilitar os negócios gerando bons resultados – e já surge outra pessoa naquele cargo, com quem se necessitará criar um novo relacionamento – e principalmente obter confiança, que é tudo, nos negócios e na vida pessoal é assim.
A troca constante de pessoas significa a perda de conhecimento, de inteligência, de entendimento e de domínio dos processos internos e externos à organização, de relacionamento com clientes, negócios e mercado – perdas muitas vezes intangíveis. Todo esse drama de nome “Turnover” se não for muito bem planejado, além de ser oneroso para a organização, demonstra que algo não está indo bem e que precisa ser imediatamente melhorado ou mudado.
Além dos custos com admissões e demissões, há todo um transtorno gerado na empresa por troca de mão-de-obra sem o devido planejamento, o que pode abalar futuramente a produtividade e evidentemente declinar os resultados da empresa – “o pranto de todo e qualquer acionista em nosso capitalismo”. Na contramão de tudo isso está a realidade do mercado, que determina: “Cada dia mais é importante construir relacionamento fiel e duradouro com o cliente”.

As perguntas que devemos fazer são:

1) Será realmente benéfico esse entra-e-sai de colaboradores?
2) Quais serão verdadeiramente os resultados positivos e negativos do troca-troca de funcionários?
3) E o tão discutível “comprometimento” de ambas as partes (empresa e colaborador), onde estará?

Com a palavra os gestores de Recursos Humanos – a quem cabe entender o máximo de detalhes possíveis do Ser Humano, em um processo de contratação – e em benefício da empresa e de seus colaboradores.
Eu, particularmente, acho que devemos passar a palavra não apenas aos gestores de Recursos Humanos. Devemos chamar à discussão também os gerentes de departamentos, diretores, e até os empresários que atuam diretamente nas suas empresas. Não é um assunto que deva ficar circunscrito aos departamentos de RH, como se apenas eles fossem os responsáveis por este importante componente das políticas de gestão das empresas.
Afinal, na minha visão, uma empresa é como aquele navio da piada, em que uma pessoa no convés ao ser informada que o navio estava afundando e que deveria colaborar na tentativa de salvá-lo, responde simplesmente:
-Não quero nem saber. O navio não é meu!
Só que o infeliz, se esquecia que estava dentro do mesmo e estaria afundando junto.
Todos formam o componente do "todo" da empresa, portanto, todos devem repensar suas atividades, seus comportamentos e atitudes. Caso contrário em breve serão novatos em outras corporações.
Torcendo para não enfrentarem os problemas que viam acontecer na empresa de onde acabaram de sair.

Bom trabalho. Dediquem-se. Pensem seriamente nisso!

Eli dos Reis

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