O editorialista da
revista local de maior circulação de minha cidade, Sr. Murilo Pinheiro, em
feliz comentário na edição de 11 de novembro passado, compara as cidades de
Mendoza, na Argentina, e a minha (por adoção, pois, nasci na Capital) Ribeirão
Preto, no interior de São Paulo, e mostra a quem ainda não conhece uma cidade com
“atrativos bem interessantes que chamam a atenção de quem chega de fora” do
lado argentino, em contraposição com a nossa, que nos deixa extremamente angustiados
e chateados pela forma como a tratam.
Nossa Ribeirão
Preto, além dos problemas apontados pelo Sr. Pinheiro, no que se refere a
gastos inconseqüentes de água pela população e na excessiva falta de
arborização urbana e rural, apresenta pontos ainda mais graves no meu entender.
Vejamos:
nossa cidade é excessivamente suja, pois, a população descarta lixo de forma
desordenada em qualquer local. Jogam sacos de lixo, móveis e utensílios usados
e imprestáveis na rua, sobre a calçada, em terrenos baldios, e em rios e
riachos, promovendo a maior sujeira nos logradouros públicos.
A manhã do dia
seguinte nas calçadas dos botecos, bares e certos restaurantes da cidade é um
caso à parte, pois, amanhecem totalmente tomadas por guardanapos, pratos de
papel descartáveis, copos plásticos e garrafas e latas de bebidas vazias. Um
espanto.
Ressalte-se
que não é incomum nas manhãs dos finais de semana cruzarmos nas ruas com freqüentadores
de baladas voltando para suas casas com o dia amanhecendo, ainda consumindo
suas bebidas dentro dos carros que os estão levando de volta para a cama que,
ao tomarem as últimas gotas, não pensam duas vezes em atirar pela janela a lata
ou garrafa vazia. Acerte em quem acertar. Não estão nem aí.
Com tudo isso acontecendo,
não se vê um movimento de conscientização da população. Aliás, o que vemos são
campanhas engendradas pelas emissoras de TVs e Rádios locais, esculhambando a
Prefeitura porque não recolhe IMEDIATAMENTE a sujeira toda que a população
descarta a toda hora em todo lugar. Dizem-se aliadas do povo, cobrando das
autoridades locais muita coisa que o próprio povo deveria fazer. Tudo em busca
só da audiência.
Dos políticos, bem desses
não se pode esperar muito, também não se vê nenhum movimento orientador e
motivador de procedimentos de correção ou incentivador às mudanças de posturas
da população. Eles só se preocupam com seus votos e ganhos e quando vêem
dificuldades pela frente, atacam quem os elege. O vereador Maurílio Romano
Machado recentemente, falando sobre um plebiscito que várias entidades querem
para o povo decidir pela elevação ou não do número de vereadores, disse que "pesquisa
é feita por ser humano, e ser humano é corrupto por natureza". Fiquei até pensando
que ele estava se referindo aos seus familiares quando disse isso, daí sua
dedução.
Afora isso a comparação
do Sr. Murilo é interessante, pois, na área gastronômica enquanto os argentinos
têm vinho nós temos cervejas industrializadas e artesanais, cachaças, e também
vinhos, assim como eles são artífices na arte de churrascos, nós temos uma
gastronomia muito boa e diversificada. Tudo, bebidas e comidas, para argentino
nenhum botar defeito.
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