Em várias ocasiões tenho adotado a iniciativa de, quando uma matéria é muito boa, apenas reproduzi-la ao invés de criar um texto sobre a mesma, tecendo alguns comentários antes ou depois dos leitores a terem lido.
O que a revista ISTOÉ publica nesta edição é um assunto que já há algum tempo venho comentando em minhas postagens, aqui ou no twitter:
- Como ficarão as devoluções dos valores desviados (para não usar um termo muito duro) pelo mensaleiros?
A matéria trata exatamente disso, por isso me interessou.
Se depois de ler o resumo a seguir seu interesse de mais detalhes persistir, sugiro que deleite-se (se é que isso pode acontecer quando o tema é Mensalão) lendo a revista.
Mas tenha certeza de uma coisa: o que está sendo praticado pelos personagens do texto a seguir, é o que devem estar fazendo todos os demais envolvidos neste caso.
Ou será que não? Como muitas crianças, quando eu era, por um bom tempo acreditei em contos de fadas!
Bom final de Semana!
Boa leitura,
Eli dos Reis
10/11/2012 | 10:02
'ISTOÉ' revela: mensaleiros escondem patrimônio para não ressarcir o
erário
VALDEMAR COSTA NETO, UM DOS MENSALEIROS ACUSADOS DE METER A MÃO NO
DINHEIRO PÚBLICO
Condenados no
processo do mensalão têm realizado manobras de transferência de bens para
laranjas e familiares, a fim de se livrarem da determinação dos ministros do
Supremo Tribunal Federal para que façam o ressarcimento do dinheiro roubado aos
cofres públicos,
Este é o tema da reveladora reportagem de Izabelle Torres para
a revista ISTOÉ desta semana. O STF já concluiu que
sete políticos cometeram crime de lavagem de dinheiro para se beneficiar de
recursos que circularam no esquema do mensalão. A reportagem mostra que,
enquanto as investigações sobre o mensalão avançavam, acusados do crime de
lavagem trataram de camuflar o próprio patrimônio. O aparente “empobrecimento”
é uma tentativa de livrar os bens de bloqueios judiciais e dos confiscos.
O
empresário Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão e multa de R$ 2
milhões, mesmo com o patrimônio bloqueado pela Justiça, continuou comprando
carros e imóveis em nome da filha de 21 anos para driblar a lei.
O deputado
Valdemar Costa Neto (PR-SP) reduziu o patrimônio de forma considerável. "A
declaração de bens apresentada à Receita antes das investigações em nada lembra
a lista patrimonial do parlamentar este ano. Valdemar era dono de duas
mineradoras, cinco imóveis e outros bens que somavam oficialmente R$ 5 milhões.
O deputado, que recebeu R$ 8,8 milhões das empresas de Marcos Valério, se desfez
da maioria das propriedades. Em dezembro de 2008, transferiu um apartamento
para a ex-mulher e doou o imóvel onde mora para os filhos, fazendo uma ressalva
de usufruto vitalício em seu nome. O parlamentar também deixou a participação
em empresas e colocou gente de confiança em seu lugar. Quando o STF concluir o
julgamento e determinar as penas do deputado, encontrará em seu nome apenas uma
casa, um túmulo no cemitério e um sítio", informa a revista.
Sobre o
ex-deputado mineiro Romeu Queiroz, outro réu do mensalão, ISTOÉ verificou que ele também tem reduzido
ano a ano o milionário patrimônio que detinha quando o mensalão foi denunciado:
oito fazendas, um haras, pelo menos quatro apartamentos em Belo Horizonte, um
flat em Brasília e outros bens que somavam R$ 3 milhões. Em 2003, abriu duas
empresas de locação de automóveis para prestar serviços a prefeituras mineiras
e, dois anos depois, se tornou consultor. "Ao longo das investigações do
processo, passou parte das fazendas para os três filhos e reduziu as suas cotas
nas empresas em benefício da esposa. Com patrimônio equivalente à metade do que
tinha quando o escândalo estourou, Queiroz não é dono sequer do apartamento
onde mora, no bairro de Lourdes, na capital mineira", revela a reportagem.
O patrimônio em nome do ex-presidente do PP Pedro Corrêa também foi dissolvido
no decorrer das investigações do mensalão. Em 2004, ele era proprietário de 18
apartamentos, duas casas, dois flats e duas fazendas. Atualmente, o
pernambucano mantém em seu nome apenas um prédio, cujo usufruto registrado no
cartório do 1º oficio do Recife pertence ao filho e à nora. Corrêa deixou a
política, mas conseguiu eleger a filha Aline Corrêa deputada federal. No
Estado, mantém domínio sobre o PP estadual e é considerado rico e influente.
ISTOÉ
Texto: http://www.claudiohumberto.com.br/principal/ - Acessado em10/11/2012 - 12:23
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