Quem devemos valorizar mais: Os Jovens ou
os mais Velhos ?
Via de regra nos vemos em meio a discussões em que nem sempre sabemos que caminho tomar. A mais recente polêmica que tomei conhecimento foi a matéria publicada pela Folha de São Paulo em sua edição de sábado passado, dia 29 de janeiro, no caderno Mercado, em sua página B10, de autoria de Martin Fackler, do New York Times:
"Japão perde jovens talentos para vizinhos"
"Com sistema que protege os mais velhos, profissionais em início de carreira têm poucas oportunidades no país..."
A partir destes título e subtítulo, o autor passa a comentar o "massacre aos jovens talentos" que vem sendo praticado no Japão, onde se adota uma total proteção aos mais velhos, "a maioria dos quais pessoas de idade próxima dos 50 anos ou ainda mais elevada", segundo comenta o articulista.
E continua: "As companhias japonesas estão desperdiçando as gerações mais jovens a fim de proteger os mais velhos". Na matéria é mostrada a história do Sr. Kenichi Horie, um jovem engenheiro automobilístico, de 36 anos, ex-funcionário de uma montadora de veículos japonesa, que por mais de 10 anos trabalhou como trabalhador irregular, empregado por meio de contrato temporário, desprovido de segurança no emprego e com salários equivalentes à metade dos funcionários regulares, que são normalmente os mais velhos. Hoje o Sr. Horie, voltou a se "sentir gente", indo buscar trabalho em Taiwan.
Brasileiros:
O que acontece hoje (aliás não é de hoje que acontece) com os "mais Velhos" no Brasil ?
Todos conhecemos alguém que até aos 45 anos ocupava posições de prestígio em empresas multinacionais, ou nacionais, dos mais diversos segmentos, e que a partir desta idade, deixam de receber o reconhecimento a que teriam direito, e que o perderam apenas porque continuaram fazendo aniversários todos os anos!
E, a partir desta idade, a cada ano vão ficando cada vêz mais longe do glamour, das "posições", do reconhecimento, dos salários merecidos e adequados...
Aqui no Brasil, um bom passado não é garantia nem do presente, que dirá do futuro. Lá no criticado Japão, da matéria a que me referi acima, os velhos ocupam até funções de orientadores de jovens, onde a função dos mesmos, em algumas organizações, é a de darem dicas e transmitirem experiencias aos "novos" para ensiná-los a "crescer" nos negócios e fazerem suas empresas e organizações continuarem tendo destaque.
O tema de uma série de programas de televisão lá no Japão, foram as histórias de executivos japoneses, que fundaram empresas no seu país, que fizeram sucesso com a fabricação em massa de produtos, além daqueles que sairam pelo mundo ajudando seu país a se tornar a potencia que é ainda hoje. Filmes que depois de mostrados a todo o Japão, correu o mundo enaltecendo o "modo de ser dos japoneses".
Aqui em nosso país o que podemos dizer dos mais velhos. Se já com certa idade, mas não aposentados, continuam trabalhando sem o mínimo reconhecimento, na esmagadora maioria das vêzes descartados para dar lugar à força jovem, aos jovens empreendedores, e tendo salários desprestigiados, que diminuem a cada ano que passa.
Se já aposentados, bem aposentado no Brasil só serve para ser pêso no orçamento nacional. A cada discussão de reajuste dos aposentados a gente vê sempre a mesma história de que 1,0 ou 2,0% de reajustes podem quebrar o País. O Brasil só não quebra com 60,0% de reajuste aos políticos. Nossos mais velhos são os eternos desprestigiados. Que pena!
Vou terminar citando uma frase do Sr. Kenichi Horie, e depois, fazendo uma paródia dela:
"As companhias japonesas estão desperdiçando as gerações mais jovens. No Japão, fecharam as portas para mim. Em Taiwan, dizem que meu currículo é impecável".
Paródia Brasileira:
"As empresas brasileiras desperdiçaram as gerações mais velhas. No mercado fecharam as portas aos que têem mais de 45 anos. Em todo local desperdiçam a experiência que os mais velhos acumularam ao longo do tempo".
Que tal pensarmos mais neste assunto?
Amanhã você, leitor, estará mais velho também.
Eli dos Reis
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